quarta-feira, 8 de junho de 2011


Dia 07 de junho de 2011: o ex-ministro Antonio Palocci, da Casa Civil, no governo da presidente Dilma Roussef, filiada ao partido dos trabalhadores, finalmente se demitiu.
É um exemplo a ser seguido. Parabéns ministro! Por certo, torcemos para que muitos percorram o mesmo trajeto. Que muitos que estão sentados, em pé, presentes ou ausentes de suas sessões parlamentares, nas reuniões de comissões de ética e outras, com seus celulares ligados e entretidos, tenham um fim de igual modo. Afinal, não é fácil para um cidadão brasileiro que às duras penas, trabalha incansavelmente para receber 20 vezes menos o que deveria receber – por longo tempo de vida, e que quando adentra em situação de aposentadoria, a vergonha é devastadora. A liderança política não merece seus liderados, seus votos, sua confiança – mereceria, sim, receber o mesmo que os aposentados.
É um dia marcante, de alegria, de satisfação, pois a pressão popular, que é fruto de canseira do cidadão, e a insistência midiática em correr atrás do ex-ministro – aliás, um dos raros momentos em que a imprensa ajuda em alguma coisa, informando o que realmente importa, colocaram o ex-ministro em saia justa – que cá pra nós: antes que as partes mais íntimas sejam reveladas, é melhor cruzar as pernas, sentar, e não levantar nunca mais.
São momentos de justiça parcial. Ainda não é tudo o que desejamos ver, que aliás, nunca veremos tudo. Os cínicos continuam desfilando. Chamam o povo de vagabundo, prendem trabalhadores que reivindicam um digno salário (salário esse que é negado por um governador qualquer[rrr], que talvez merecesse ser “queimado” em um incêndio moral, destes que fazem se demitir. Enfim, infelizmente não veremos tudo que merecemos ver. No fim do filme o bandido sempre levar a melhor – ficando bem claro que é apenas nessa vida que a impunidade tem voz.
Uma demissão, neste caso, não esconderia nunca o teor da gravidade em ser desonesto. A demissão do ex-ministro não foi um ato de jogar a toalha e admitir que não dá mais; mas foi a confirmação de sua incompetência moral. Cremos que ser ministro da Casa Civil em um país da dimensão do Brasil é algo muito sério. Exige respeito e não desdém. Ninguém é perfeito, mas as imperfeições devem servir de exemplo para expressar limitações e não caráter duvidoso.
Desejamos boa sorte ao ex-ministro, e que a Casa Civil Brasileira não se transforme em Casa da mãe Joana.