quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Voto nulo, ou voto posteriormente anulado? - parte 2

Por fim... Em vésperas de eleição nos municípios brasileiros... o caldeirão ferve!!! Faltam 3 dias para a eleição... estão todos jogando alguns ingredientes no caldeirão - acreditando que sempre cabe mais uma palavrinha, um encontrozinho, uma conversinha com o grupo "x" ou "y", para reafirmar aquilo que se esgotou de tanto martelar... Particularmente, sou parte da Igreja Cristã, na sua constituição legal, moral e espiritual, tendo o Cristo como base. E algumas coisas creio, pessoalmente, que não se tem coragem de assumir, como Igreja Cristã: 1- A Igreja do Cristo de Nazaré não apoia nenhuma forma de governo; 2- A mesma Igreja não necessita de apoio de nenhum e qualquer governo (poder público); 3- A Igreja fiscaliza, acompanhando e cobrando o poder público. Pensando no primeiro item, a Igreja inaugurada por Jesus de Nazaré não tem vínculo que justifique apoiar nenhum tipo de governo, ainda que tal se diga da mesma Igreja de Jesus. O Senhor de Nazaré nunca, mediante as narrativas contidas nos evangelhos, vestiu camisa, manto, túnica, enfim, de nenhuma personalidade do poder - seja religiosa ou política. A relação de Jesus com a sociedade era de uma ação ativa que partia dele mesmo, não se utilizando poderes públicos para falicitar a mensagem do reino de Deus, que se constituiu desfigurado do sistema já vigente, no tempo de Jesus. O interesse de Jesus, legado à sua Igreja, era relativo a promoção da justiça entre os homens, sem que houvesse intermediários. Mas sim, que brotasse (a justiça, ações justas) da própria comunidade para fora de seu ambiente - o sentimento e atitude de ações justas, jorravam do meio da comunidade cristã - assim almejava Jesus... Pensando no segundo item, a Igreja de Cristo não necessita de apoio ou ajuda de qualquer poder público, uma vez que a mensagem sobre atitudes justas parte da comunidade cristã. É a Igreja de Cristo quem entende e domina o que é melhor para o homem, para o povo. A Igreja de Jesus sabe qual deve ser o sentimento de bem-estar de um ser humano. Os valores do reino de Deus anunciados por Jesus não se apoiam nos discursos de poder, mas deveriam ser tais discursos carentes de propostas vindas da boca do Cristo, ecoadas da boca de sua Igreja. O próprio Jesus sendo julgado dispensou os favores do governador para libertá-lo da prisão, evitando a cruz. Jesus disse que o poder e o domínio da situação vinham de Deus. Pensando no terceiro item, a Igreja é uma pedra no sapato do poder público. Ela não deveria se fazer de boba, concordante com tudo o que se faz e fala, mas ela deve levantar-se apenas para verificar se as pessoas estão sendo tratadas com respeito e com igualdade. Se tal situação acontece, Deus seja louvado, caso contrário, Deus precisa ser conhecido. Não se tem sentado na mesa para discordar do mal alimento, mas tem-se sentado às mesas para dividir o alimento ruim que o poder público tem oferecido. O profeta Elias não divide, nem compartilha do banquete com os profetas de Baal, no Antigo Testamento, mas aguarda de Deus o alimento justo, tendo autoridade posterior para discordar com quem não se sentou. Não sejamos comprados por promessas de ajuda, ou por atenção prometida no futuro, mas sejamos frios. Para exigir respeito é necessário impor o mesmo. Sejamos como os profetas bíblicos no Antigo Testamento, que não aceitavam as barbaridades de seus reis, mas denunciavam suas ações e omissões. Imaginemos se tais profetas buscassem alianças com seus próprios reis? A justiça perderia vida, morreria para sempre dando a entender que Deus é indiferente se apenas nossos próprios interesses estão em jogo. Comunidade evangélica, protestante, católica, não insistam em harmonizar um acorde que nunca seria formado, mas cantem a canção, solando se for possível, para que ao menos, nossas ações não sejam inacabadas.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Voto nulo, ou voto posteriormente anulado?

Existe uma forte campanha em favor do voto nulo, onde o eleitor anula seu voto com o dígito "0". Por outro lado, existe forte movimentação em favor do voto consciente, onde o eleitor escolhe em quem deve votar e o faz. O problema é quando a gente pára pra pensar. Pensando, constatamos que o voto é obrigatório. Bem, numa sociedade quase que totalmente acomodada, ninguém sairia de casa no domingo para votar. Mas aí é uma questão de educação e formação política que nunca tivemos no Brasil, até porque não tinha ninguém pra ensinar na prática do exemplo - não serve apenas a teoria do caderno - um país não se forma apenas na cartilha, mas no caráter daqueles que colocam suas caras à tapa. O maior de todos os problemas, ao meu ver, é quando percebemos que não há diferença nenhuma em "voto nulo", no momento do voto, e "voto anulado", quando passados alguns meses e anos, e seu voto não fez a menor diferença. Tive a sensação que meus votos foram sempre anulados. E dizer que é assim mesmo, ao menos faz mesmo que roube, é aceitar que votei no erro intencional - é como se... "vamos barganhar com o ladrão?!", ou: "pode levar moço, mas deixe algo bom, uma lembrança de que passou por aqui!" - falamos ao assaltante. Sim, porque um governante pode cometer erros. Tudo bem, acontece... no entanto, quando o erro torna-se criminal por intenção, daí testifico que meu voto foi anulado, uma vez que apostei no sujeito e ele traiu todo mundo. Tomara que ninguém bata na minha porta para cobrar o por que que eu votei no fulano. Curioso é que os aspirantes aos governos de toda ordem, enchem o peito para garantir segurança aos eleitores, porém, me sinto extremamente inseguro quando tenho que eleger alguém que tirará dinheiro do meu bolso, se fazendo de pessoa honesta. Digamos que estamos tratando de um assalto jurídico - meu dinheiro sai das minhas mãos de forma legalizada, como cumprimento do meu dever citadino. Sou considerado até honesto quando pago tais contas. O problema é que esse meu dinheiro honesto nunca mais é visto, mas escrevem e documentam que foi investido para alguma coisa... apenas me dou conta de que fui roubado, quando o "elemento" aparece na tv, estando ele "de bem com a vida", e defendendo sua inocência perante juízes... ele chora, jura pela mãe, jura pela (b)íblia, por tudo o que há de mais sagrado... outro problema é que não existe nada sagrado nele, tudo é profano... digamos que sou o animal sacrificado em seu ritual pagão... Ou então, sou um empregador que a cada 4 anos emprego um administrador. Todavia, me dou conta que todos que tenho contratado me trairam. No contrato de trabalho durante os 4 anos, não tive força para despedí-los com justa causa, uma vez que eles se tornaram autoridades acima de mim (até me destratam: lembro-me do prefeito Kassab, em seu recente mandato, xingando seu patrão de vagabundo, porque este patrão-cidadão-eleitor estava exigindo mais médicos). Os empregados viraram a mesa - é a revolução dos bichos. Após 4 anos voltam os mesmos, ou outros com a mesma cara - detalhe: sou obrigado a contratá-los, caso contrário, pago multa, não posso viajar para outro país, não posso prestar concursos públicos, enfim me torno um vagabundo. Desse jeito, então, sou um mal empregador, minha empresa nunca crescerá, e serei sempre roubado por alguns que sorriem pra mim... não acha esse quadro uma insanidade? Uma regra irracional? Temos então, o voto anulado e o roubo legalizado. Juro que achei que democracia fosse outra coisa... O supremo tribunal federal, nos dias atuais, nos parece agir com sintomas de heroismo, condenando alguns que já deveriam ter sido condenados. Talvez isso sirva como um limpar com flanela meu voto sujo e anulado. Apenas não sabemos o quanto isso perdurará. Até porque, não aguentamos mais contratar empregados ineficientes e que mexem nas nossas coisas...