quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Bento XVI larga as redes...

Dia 28 de fevereiro de 2013... Bento XVI renuncia seu papado... Joseph Ratzinger desempenhou o papel de maior liderança da Igreja Católica Apostólica Romana, inicialmente em 2005... Foram quase 8 anos de pulso firme de um líder não tão carismático, porém, bastante convicto de opiniões e posicionamentos que são importantes para uma Igreja do calibre que governou. Não houve e nem há nele nenhum sentimento de pastoralidade. Houve e há convicções dogmáticas muito claras e extremamente coerentes com uma leitura bíblica das mais honestas - doa a quem doer de seus seguidores. Um papa pastor possui, por si mesmo, atitudes mais humanitárias, às vezes tolerantes, às vezes compreensivas, em diferença com todo o clero mais radical. Ratzinger não se preocupou em socorrer as camadas mais críticas e desfavorecidas da sociedade catolicista - assumidamente catolicista, mas dedicou-se em lançar afirmações que carregaram sentimento moralista e ético. Afirmações que ele entendeu serem compreendidas e atendidas pelos católicos. Sem dúvida que houve uma grande contribuição e despertamento aos que caminham oficialmente pelos corredores da Igreja. No entanto, a ordem era mais firme em não ser ou fazer, do que em buscar os perdidos que são e fazem o que fazem... Creio ser coerente um papa renunciar, ainda mais nas condições físicas em que Ratzinger está. Talvez a grande dificuldade é associar sua posição com a de São Pedro. Mesmo porque um homem ocupando um ofício de tamanha importância, na substituição de São Pedro, deveria ser melhor ouvido e compreendido. Isso não aconteceu diante de suas considerações de valores e ética bíblicas. Seus fiéis não são tão fiéis assim, ou talvez São Pedro tenha perdido sua autoridade no olhar governamental da Igreja. Os muitos católicos acharam exageradas suas determinações, e até os não católicos, que não foram chamados no assunto, oferecem opiniões sem peso àquele que não é seu líder religioso, ou seja, aparenta não haver nada oficial entre a religião e sua liderança. São Pedro renunciou a cruz costumeira, em troca de seu corpo em posição contrária à cruz - crucificado de forma invertida. Líderes renunciam suas funções. Pastores sinalizam incapacidade física em pastorear. Tal renuncia é importante, pois, expressa uma condição mais humanitária do papa, sem que tenha ele atributos ou privilégios que nunca teve. Não há um só justo, disse Jesus. Cristo precisou perdoar São Pedro por três vezes, diante de três negações apostólicas. A verdade é que São Pedro não possuía tantos que desejavam seu posto, nem seu fim, portanto, é ele quem foi até o fim, não abandonando seu apostolado. Acredito que nenhum papa deva ser comparado a São Pedro. É melhor deixarmos São Pedro marcado na história do evangelho de Jesus Cristo, sem precisar ser substituído. Até porque a própria Igreja representa Jesus ainda melhor. E essa Igreja é Universal (não a da Record), mas aquela que Jesus anunciou que continuaria. Todo e qualquer líder cristão, seja qual for seu segmento, merece descansar e cuidar-se como convém - aliás Paulo escreve a Timóteo que ele cuide de si mesmo. Que Joseph Ratzinger descanse em paz, ainda em vida...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Calheiros é exemplo para o Senado... a presidência lhe cai bem...

O ainda atual senador Renan Calheiros assume a presidência do senado - estamos em (01/02/2013), data de sua posse... Em 2007 ele renunciou diante da pressão com base em evidências de corrupção. Hoje, 6 anos depois, ele retorna. O que nos parece evidente é que o mundo político, mais precisamente o senado federal, possui dois mundos: o de fora, que somos nós - somos os que justificam a razão deles existirem, e o de dentro que são eles. O mundo de fora assiste. O mundo de dentro, o submundo, oculto, secreto e indecifrável por nada justificar, executa. O mais trágico é que o mundo de dentro é tão fechado que faz as suas próprias leis, possuindo sua própria moral. Isso significa que não há menor importância um senador acusado e comprovadamente culpado por seus atos contra os de fora, reassumir um posto que faz dele o representante de todos os que estão dentro. Na lógica social, quem vai à frente de um grupo é quem representa e reflete nitidamente as características, valores e caráter ideológico desse grupo. Isso nos faz concluir quem é o senado federal. Ele está bem representado. É uma representação honesta, porque reflete e expressa verdadeiramente a natureza moral e intencional que o mesmo carrega e sustenta. É uma pena porque o mundo de fora, que somos nós, cidadãos civis, vivemos a democracia de assistir o autoritarismo maquiavélico e remanejado dos senhores do senado. Isso não é democracia. A luta pela democracia que tanto custou a muitos, é desconstruída pela imposição em insistir na impunidade. Democracia não é sinônimo de impunidade, talvez seja na senadoria.
Mas um país que deseja ser respeitado não permitiria que tal fatalidade ocorresse. Lamentavelmente, enquanto houver decisões de tal natureza por parte desses representantes, ainda nos sentiremos mal representados. No entanto, sabemos que todos os cidadãos de bem em nosso país não combinam e nem afirmam a natureza lastimável e desonrosa que compõe o senado federal. Não somos concordantes com tais atos, nem correspondemos aos desumanos anseios que rondam tal grupo. Ainda que sejam eleitos e "colocados" nos seus devidos cargos, tal situação não representa verdadeiramente nenhuma ação majoritária popular que seja sóbria. Não é naturalmente ético ou racional que muitos sejam "colocados" por iniciativa popular natural. Da mesma maneira o mundo de dentro influi em suas próprias decisões, o mesmo também influi no mundo de fora de maneira duvidosa. Nunca sejamos estes influenciados pelo mundo interno do senado ou de outra casa política. É sempre bom lembrar que no final das contas, a participação popular inicia o processo de um "cálice" posterior, onde apenas ouvimos e lemos que a corrupção preside a corrupção, que de certa forma, é a única coisa honesta que enxergamos.