O ideal é construir uma sociedade que viva a verdade do evangelho de Jesus de Nazaré. Uma sociedade justa, solidária, pacífica, que desfrute de seus direitos e cumpra seus deveres. Este espaço é um lugar de reflexão ao inconformismo. "Os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça" - Jesus de Nazaré
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
JAQUELINE RORIZ - a "forca" era pequena para tanta gente junto com ela
Nosso motivo de assunto é a deputada Jaqueline Roriz...
Não sei o que aconteceu com o Brasil. Que a corrupção sempre esteve presente, bem, nunca sentimos sua falta, ela sempre esteve nos acompanhando. No entanto, um dia presenciamos um “impeachment” de um presidente que o próprio povo escolheu. Parecia honesto, expressava confiança, mas não valia seu falso sorriso. Não foi um erro arrancá-lo fora do lugar que ele não merecia. Mas o pior mesmo é hoje. Assistimos inúmeros casos que mereciam impedimentos, mas todos têm sido absolvidos.
Vivemos em um país de absolvição política. Não há argumentos necessários que serviriam de motivo para uma mudança ética na política, principalmente porque tais argumentos necessitariam ser aceitos e praticados por aqueles que possibilitariam a mudança. Muitos que estão envolvidos politicamente em cargos públicos, se dizem, ou provam estar impedidos de falar ou fazer algo que possa resultar em mudanças significativas. Enquanto que a maioria converge pela garantia de absolvição. Afinal, diria qualquer parlamentar, vai que um dia eu precise de absolvição – uma mão suja lava a outra. Ninguém se acusa. O voto é secreto para o “fica” ou para o “sai”. Mediante as câmeras, muitos ficam indignados pela injustiça que favorece o sujeito acusado(a), mas nada importa uma vez que nada vai mudar para eles.
A imunidade parlamentar é a oficialização da droga. É um decreto direto que serve como lei, sem ser medida provisória, relatada abertamente a todo povo brasileiro, que é permitido roubar. Não importa o passado. Antes era criminoso por transitar com dinheiro de fonte ilícita; hoje, sendo deputado(a), é parte do ofício. Ou seja, para roubar no Brasil é necessário oficializar-se. Tem que ter carteirinha, credencial, voto popular. Precisa de carro oficial, de assessores, escritório representativo, enfim, corrupção no Brasil é coisa séria, tem que ter organização e representatividade, ainda que forjada, mas tem que ter. Tem que fazer bem feito. Tem que ter licença. É necessário pronunciar lorotas em épocas de campanha política. Em seguida, ser eleito(a) e pronto: agora sim: roube, roube, roube, sem medo, sem constrangimento, sem culpa, sem dúvida se vai para a cadeia ou não. Não! Agora pode! É parlamentar?! Tens imunidade! Existe uma digníssima classe de iguais em seu favor. Uma classe de pessoas que se une em sua maioria, em prol de algo repugnante e vergonhoso que vai contra os valores mais básicos de uma sociedade, seja qual for seu tamanho e mérito, é uma classe extremamente unida. Pois desafiam todo o país. Desafiam os interesses naturais de uma nação, que como todas, não tolera a corrupção – aí estamos falando de outra classe: homens de bem. Aqueles que fazem parte de uma nação e toleram tais atrocidades, são iguais ou piores do que seus corruptores.
No Brasil, para ser ladrão é preciso roubar com seriedade. Tem que ter cadastro. Tem que ser conhecido(a) pelo menos por uma região eleitoreira. Se tiver histórico na família melhor, assim dá-se a entender que a coisa não começou ontem. Mas não se preocupe. Não vai dar em nada. A única desvantagem é que todos irão saber que foi você que roubou. Mas tudo bem... são quatro anos de liberdade incondicional, e todo mundo já esqueceu. Você repete a mesma senha – as lorotas: “precisamos de mais saúde, educação e segurança”, e os mesmos votarão em você.
Até onde isso vai? Isso não é democracia. Os partidos políticos querem ser democratas, socialistas, cristãos, trabalhadores, operários, enfim, mas todo aquele que chega ao podre poder, recebe a capa de imunidade, fica ao lado do Diabo em sua própria demo-cracia.
Será que não sentimos vergonha perante a comunidade internacional, sabendo que todos sabem que o Brasil é um país sem lei? Um país onde, hoje, “a festa é sua, a festa é nossa, é de quem quiser”? Creio que falta mais brio nos brasileiros. Não deveríamos mais aceitar que pessoas impunes respondessem por nós. Precisamos entender que não existe situação e oposição. Todos são opositores aos interesses do povo brasileiro. Não há mais partido de direita ou esquerda, pois estes participam da mesma festa. O brasileiro pobre é um jargão utilizado pelos partidos populares, afim de abocanhar os eleitores de coração solidário. Mas os pobres não fazem parte da agenda de nenhum político neste país; exceto se houver voto em troca. Os interessados expõem a classe pobre do país, segurando-os no colo, sorrindo para eles e com eles, e então, em seguida correm para o parlamento no interesse de defenderem os que assaltam os pobres. Estão sempre juntos brindando suas imunidades.
Seria nobre da parte dos desqualificados deputados, senadores e outros imprestáveis que fingem governar nosso país, que eles ao menos tornassem imunes aqueles que são vítimas dessas brincadeirinhas de esconde-esconde em julgar quem sai da brincadeira ou quem fica... (Voto secreto? Esconder o voto no meio de poucos é um sinal de preservar o revide – ninguém me complica se eu complicar alguém e for revelado)
Na verdade, na brincadeira deles todos ficam, porque a regra do jogo é deles, e ninguém quer perder. Perde quem não participa, mas sustenta essa porcaria desse jogo.
E então? Vêm eleições por aí em 2012 (prefeitos e outros). O direito do voto se enquadra também em não votar. A multa por não comparecer ao local de eleição é pequena, comparada ao prejuízo que dou ao país em apertar o botão com a cara do ladrão. Confesso que atualmente, me sinto muito mais patriota em nem sair de casa no dia da eleição, poupando o país de maiores desgostos, do que perder meu tempo em “escolher” desqualificados – tais não são merecedores de nenhuma atenção minha. Será o meu desfavor ao país.
Pode ser que eu mude até lá. Mas não me sinto representado. O meu ato cívico consiste em preservar e respeitar um ato que deveria ser muito importante, porém, sinto-me um idiota, e formador de quadrilhas em possibilitar mais quatro anos de bandidagem para qualquer que seja. Qualquer que seja que vota em secreto. São dignos de meu maior repúdio, por motivo de respeito que tenho por uma nação brasileira, onde sua maioria luta muito para alcançar muito pouco, mas alcança de cara lavada e não precisa guardar segredo pra ninguém.
Criem vergonha senhores...
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Dia 07 de junho de 2011: o ex-ministro Antonio Palocci, da Casa Civil, no governo da presidente Dilma Roussef, filiada ao partido dos trabalhadores, finalmente se demitiu.
É um exemplo a ser seguido. Parabéns ministro! Por certo, torcemos para que muitos percorram o mesmo trajeto. Que muitos que estão sentados, em pé, presentes ou ausentes de suas sessões parlamentares, nas reuniões de comissões de ética e outras, com seus celulares ligados e entretidos, tenham um fim de igual modo. Afinal, não é fácil para um cidadão brasileiro que às duras penas, trabalha incansavelmente para receber 20 vezes menos o que deveria receber – por longo tempo de vida, e que quando adentra em situação de aposentadoria, a vergonha é devastadora. A liderança política não merece seus liderados, seus votos, sua confiança – mereceria, sim, receber o mesmo que os aposentados.
É um dia marcante, de alegria, de satisfação, pois a pressão popular, que é fruto de canseira do cidadão, e a insistência midiática em correr atrás do ex-ministro – aliás, um dos raros momentos em que a imprensa ajuda em alguma coisa, informando o que realmente importa, colocaram o ex-ministro em saia justa – que cá pra nós: antes que as partes mais íntimas sejam reveladas, é melhor cruzar as pernas, sentar, e não levantar nunca mais.
São momentos de justiça parcial. Ainda não é tudo o que desejamos ver, que aliás, nunca veremos tudo. Os cínicos continuam desfilando. Chamam o povo de vagabundo, prendem trabalhadores que reivindicam um digno salário (salário esse que é negado por um governador qualquer[rrr], que talvez merecesse ser “queimado” em um incêndio moral, destes que fazem se demitir. Enfim, infelizmente não veremos tudo que merecemos ver. No fim do filme o bandido sempre levar a melhor – ficando bem claro que é apenas nessa vida que a impunidade tem voz.
Uma demissão, neste caso, não esconderia nunca o teor da gravidade em ser desonesto. A demissão do ex-ministro não foi um ato de jogar a toalha e admitir que não dá mais; mas foi a confirmação de sua incompetência moral. Cremos que ser ministro da Casa Civil em um país da dimensão do Brasil é algo muito sério. Exige respeito e não desdém. Ninguém é perfeito, mas as imperfeições devem servir de exemplo para expressar limitações e não caráter duvidoso.
Desejamos boa sorte ao ex-ministro, e que a Casa Civil Brasileira não se transforme em Casa da mãe Joana.
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