quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Voto nulo, ou voto posteriormente anulado?

Existe uma forte campanha em favor do voto nulo, onde o eleitor anula seu voto com o dígito "0". Por outro lado, existe forte movimentação em favor do voto consciente, onde o eleitor escolhe em quem deve votar e o faz. O problema é quando a gente pára pra pensar. Pensando, constatamos que o voto é obrigatório. Bem, numa sociedade quase que totalmente acomodada, ninguém sairia de casa no domingo para votar. Mas aí é uma questão de educação e formação política que nunca tivemos no Brasil, até porque não tinha ninguém pra ensinar na prática do exemplo - não serve apenas a teoria do caderno - um país não se forma apenas na cartilha, mas no caráter daqueles que colocam suas caras à tapa. O maior de todos os problemas, ao meu ver, é quando percebemos que não há diferença nenhuma em "voto nulo", no momento do voto, e "voto anulado", quando passados alguns meses e anos, e seu voto não fez a menor diferença. Tive a sensação que meus votos foram sempre anulados. E dizer que é assim mesmo, ao menos faz mesmo que roube, é aceitar que votei no erro intencional - é como se... "vamos barganhar com o ladrão?!", ou: "pode levar moço, mas deixe algo bom, uma lembrança de que passou por aqui!" - falamos ao assaltante. Sim, porque um governante pode cometer erros. Tudo bem, acontece... no entanto, quando o erro torna-se criminal por intenção, daí testifico que meu voto foi anulado, uma vez que apostei no sujeito e ele traiu todo mundo. Tomara que ninguém bata na minha porta para cobrar o por que que eu votei no fulano. Curioso é que os aspirantes aos governos de toda ordem, enchem o peito para garantir segurança aos eleitores, porém, me sinto extremamente inseguro quando tenho que eleger alguém que tirará dinheiro do meu bolso, se fazendo de pessoa honesta. Digamos que estamos tratando de um assalto jurídico - meu dinheiro sai das minhas mãos de forma legalizada, como cumprimento do meu dever citadino. Sou considerado até honesto quando pago tais contas. O problema é que esse meu dinheiro honesto nunca mais é visto, mas escrevem e documentam que foi investido para alguma coisa... apenas me dou conta de que fui roubado, quando o "elemento" aparece na tv, estando ele "de bem com a vida", e defendendo sua inocência perante juízes... ele chora, jura pela mãe, jura pela (b)íblia, por tudo o que há de mais sagrado... outro problema é que não existe nada sagrado nele, tudo é profano... digamos que sou o animal sacrificado em seu ritual pagão... Ou então, sou um empregador que a cada 4 anos emprego um administrador. Todavia, me dou conta que todos que tenho contratado me trairam. No contrato de trabalho durante os 4 anos, não tive força para despedí-los com justa causa, uma vez que eles se tornaram autoridades acima de mim (até me destratam: lembro-me do prefeito Kassab, em seu recente mandato, xingando seu patrão de vagabundo, porque este patrão-cidadão-eleitor estava exigindo mais médicos). Os empregados viraram a mesa - é a revolução dos bichos. Após 4 anos voltam os mesmos, ou outros com a mesma cara - detalhe: sou obrigado a contratá-los, caso contrário, pago multa, não posso viajar para outro país, não posso prestar concursos públicos, enfim me torno um vagabundo. Desse jeito, então, sou um mal empregador, minha empresa nunca crescerá, e serei sempre roubado por alguns que sorriem pra mim... não acha esse quadro uma insanidade? Uma regra irracional? Temos então, o voto anulado e o roubo legalizado. Juro que achei que democracia fosse outra coisa... O supremo tribunal federal, nos dias atuais, nos parece agir com sintomas de heroismo, condenando alguns que já deveriam ter sido condenados. Talvez isso sirva como um limpar com flanela meu voto sujo e anulado. Apenas não sabemos o quanto isso perdurará. Até porque, não aguentamos mais contratar empregados ineficientes e que mexem nas nossas coisas...